domingo, 28 de março de 2010

Há dias assim

Sábado, 6h00 - Trriiiiimmmmmmm!!!!

Este é um daqueles sons que todos nós associamos a alguma coisa. Não estou a falar da minha campainha de casa que é um dling dlong, nem do telefone fixo que é um género de fuga no far west, é mesmo do meu despertador (desculpem lá se não acordo na companhia do John Mayer ou do Jack Johnson, como todo o comum do mortal. Acredito que acordava com um sorriso no rosto mas continuava embrulhada nos lençóis até eles se irritarem comigo, portanto, do que eu gosto mesmo é do antigo e irritante ruído).

É engraçado como todas as manhãs, durante uma hora, funciono em modo automático. É incrível como sigo sempre os mesmos passos, levanto-me, vou para o banho na companhia das minhas 7 ramelas, abro o roupeiro - penso: "o que vou vestir hoje?" - visto, revisto, tiro, troco, mudo, combino, altero, eeeeeeee às tantas com tanta troca e baldroca já estou a transpirar, verdade seja dita, devo pertencer aqueles 90% das pessoas que de manhã ficam IRADAS por saber que não escolheram a roupa no dia anterior. Depois de estar vestida e achar que "isto ainda pode ficar melhor", vou tomar o meu pequeno almoço que não muda à 15 anos - Chocapic, minto, traí-o com o Nestum durante 1 ano.

Saí de casa, com um iogurte para beber no caminho, e lá fui eu rumo à cidade de Lisboa para mais um trabalho no Hotel Mariott - Praça de Espanha. Ao passar o aqueduto das aguas livres, ora que nada mais, nada menos uma operação STOP - ao que penso: "Epá agora é que não e "mais a mais" (sim, porque deve sempre haver mais no meio destas palavras que nós nunca ficamos a saber), portanto e "mais a mais" estou com pressa, cone luminoso no ar e aí vai Rita Gouveia encostar à direita. Antes que a autoridade chega-se perto de mim, tirei de imediato os óculos de sol para ver se quando aquela alma olha-se para mim percebe-se que estava escrito na minha testa "nem bairro nem Lux acabei de acordar", mas não... "Bom dia, os seus documentos e os documentos da viatura", olha está bonito, procurei..... procurei....... (agora estão vocês curiosos para saber se os tinha... hein? é ou não é? hm hm hm?). Enquanto procurava o Sr. da autoridade fez questão de ir tirar as "medidas" do meu carro, até pensei em dizer-lhe que estava para venda, mas não, decidi ser um bocadinho diferente do habitual e não fazer os meus comentários humorísticos. ENCONTREI (ufaaaaa.... ). No entretanto do “Check in” ao carro eu ia bebendo o meu Danone. "Por favor, peço-lhe que me acompanhe para fazer o teste de alcolemia", !!!não me engasguei por acaso!!! Esperem lá, TESTE DE ALCOLÉMIA? então, mas acabei de me levantar da cama e estou com um Danone na mão.. será que a autoridade não percebeu? Se calhar andava eu com um Danone no porta-luvas para a desculpa?! Bem... tirei o cinto de segurança e lá fui eu soprar, como quem diz emanar um sopro matinal com os olhos a meio gás. O Sr. da autoridade faz a amabilidade de me mostrar o resultado: O,00 gr - JURE?? e eu a pensar que se calhar ainda podia acusar qualquer coisinha, um género de teor de irritabilidade ou impaciência, afinal eram 7h30 - Sábado e eu ia trabalhar.

Um silêncio uma energia

domingo, 14 de março de 2010

Uma Receita Para Os Dias De Hoje


Triste, amargo e chocante.

São estas as três palavras que me vêem à cabeça quando vejo e ouço todas aquelas notícias que nos traçam um retrato arrepiante de bullying nas escolas do nosso país. É importante ter em conta que neste momento é um assunto que faz manchete nos jornais diários desta pequena e (grande) nação. Sinceramente, fico contente quando percebo que são cada vez mais aqueles que conhecem esta"nova" palavra estrangeirista. É uma palavra diferente, é! Torna-se necessário que ninguém fique indiferente à dita diferença.
Como gosto de coisas diferentes, vou aligeirar este assunto (não minimizando o seu grau de gravidade e importância) e sugerir aqui uma receita de um “bolo” inspirada não no Jamie Oliver mas nas notícias de jornais que leio. Vejam lá se o conseguem fazer, não deve saltar nenhum passo nem convém faltar nenhum ingrediente. É certo que se algo faltar, há sempre um mini mercado aí ao fundo da rua, ao lado da farmácia. Aponte num papel, aliás, no Word.

Ingredientes:


Escolas Degradadas (não procure muito, ao virar da esquina há uma)
3500 casos de violência
1400 comunicações de actos de "bullying"
Uma dúzia de laboratórios sem reagentes (não vá a escola rebentar)
Ovos e farinha usados pelos alunos para premiar algum felizardo que faz anos
Alteração de horários, principalmente a meio do 2º período q.b
Normativos do Ministério da Educação (via Internet - qual facebook qual quê, o primeiro site que qualquer aluno abre é mesmo o www.min-edu.pt)
Bastantes quantidades de greves da função pública
Cabulas e faltas disciplinares a gosto


Modo de Preparação:


Misturam-se todos os ingredientes, cuidadosa, sistémica e sistematicamente.
Dos ovos, aproveitem apenas as gemas. Batem-se bem até "assumirem" a consciência, digo, consistência desejada, ou seja, até ficarem bem presos à "colher de pau".
Em seguida, juntam-se as claras "batidas" em castelo (...ou será em blocos?) para tornar o "bolo" mais "flexível". Enquanto vai fazendo isto, coloque no forno, de uma qualquer escola técnico-profissional, a aquecer, lentamente, pois a mistura deverá resultar de "pancada da certa" leve e suave durante anos. Quando tudo estiver como manda a teoria, leve o "bolo" ao forno, que entretanto já deverá estar "quente" o suficiente, e aguarde - já me esqueci do número de anos - Mas ... Aguarde, pois não consta que psicólogos, pedopsiquiatras e directores de escolas sejam uma espécie em vias de extinção. Retire o "bolo" do forno (se este ainda existir), deixe arrefecer, de preferência numa escola onde existam bastantes correntes de ar ou falta de aquecimento e, em seguida, corte pequenas fatias que distribuirá por cada um dos intervenientes da "comunidade educativa".


Que tal? O paladar não é do seu agrado? Então não se martirize! Tenho a certeza que não se enganou em nenhum ingrediente nem em nenhum dos passos na sua preparação.


Se não gostou, o que fazer?
Deite, então, este "bolo" ao lixo… mas espere, haverá "reciclagem" apropriada?

Um silêncio, uma energia

sexta-feira, 12 de março de 2010

Encontros Improváveis


Hoje acordei com vontade de publicar aqui ALGUMA COISA, seja lá o que for. O tempo também não é muito, portanto, será um género de rascunho sem lápis e papel, não é que tenha alguma coisa contra canetas... mas, e, se me engano?


Apetece-me reflectir sobre aquela história das coincidências amorosas. Estar no local certo, há hora certa. Sim, não se pense que só existe a velha trágica do "estava no local errado à hora errada!" desenganei se! Eu consigo conjugar essa frase em modo afirmativo.


A verdade, é que todos nós gostamos das surpresas que os dias nos trazem, é sempre uma incógnita quando acordamos, mas de uma coisa ninguém tem dúvida: os segundos, minutos e horas correm a uma velocidade tramada e não se cansam. É incrível é que há coisas que acontecem e que por mais que quiséssemos controlar e/ou planear, isso não acontece. São os chamados "instantes", estas 3 elevado ao quadrado letrinhas, surgem sem que as tenhamos feito acontecer. Bem, deixemo-nos de lamechices temporais, e matemática à mistura, do que eu gosto mesmo é desta conjugação cósmica, milimetricamente conjugada que nos faz encontrar e desencontrar uns dos outros.


Há alturas na vida, sejam eles dias, meses ou anos, em que tudo é silencio e ausência, em que a memória é uma simples paisagem distante, e, por vezes com um nevoeiro serrado (todos nós temos aquelas memórias da nossa mãe a vestir-nos as calças/saia com uma camisola de gola em que as cores não tinham nada que ver umas com as outras, e o toque final eram os sapatos de verniz que se usavam na altura... não acreditam? procurem no baú das fotografias). São estes os momentos em que se recordam verdadeiros tempos cheios de sentimentos que moem, é verdade, é uma vontade que escapa à própria vontade. Não se esqueçam que existem alguns momentos, em que o errado é certo e tudo volta a fazer sentido só porque duas pessoas se cruzam no lugar mais improvável de todos. Digo-vos é que é o único lugar onde ninguém encontra ninguém pela simples razão de que é o caminho de muito poucos.

Sinceramente, gostava de ser capaz de entender o sentido mais-que-profundo destes encontros, e gostava de saber decifrar o indecifrável. Não vos vou mentir, não sei o que certas coisas querem dizer, mas sei que são importantes, e, por isso mesmo, guardo-as como tal.

Estou pr'aqui à 15 minutos a escrever de coisas simples, como o olhar, a verdade pura, um sorriso claro, a intimidade recta e o respeito fundo. Falo da substância do amor, portanto.


Dedicado a um encontro meu improvável. Continuo a acreditar na velha história do nada acontece por acaso.


Um sorriso, um abraço. (Muda a assinatura, porque hoje.... hoje é especial).

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma Invasão Estrangeirista

No Mundo em que vivemos há coisas que são tão banais no dia-a-dia, que não paramos para reflectir nem que seja cinco minutos.

Muitas pessoas confundem estrangeirismo e empréstimo, é de extrema importância saber a diferença entre estes dois vocábulos. Regra geral estrangeirismo caracteriza-se a partir da incorporação de uma palavra estrangeira no vocabulário de uma língua mantendo a sua grafia e pronuncia, quanto ao empréstimo trata-se da incorporação de uma palavra no léxico mantendo a pronúncia, mas por vezes acaba por sofrer alterações na escrita da palavra.

Abajur, futebol, bife, black out, são palavras conhecidas do nosso quotidiano que se estão inseridas no grupo dos empréstimos. Do lado do estrangeirismo temos palavras como shopping, show, hall, pizza. O facto é que o que o que hoje consideramos empréstimo foi um dia um estrangeirismo, não havendo na língua em que se insere outra alternativa para a mesma carga semântica e emprego contextual.

Há medida que vejo os anos passarem, oiço cada vez mais palavras novas, novos conceitos, e isto é o resultado de uma constante mudança global. A língua portuguesa é formada a partir de varias línguas estrangeiras como o latim, tupi, francês, inglês, entre outras, e assim como os processos naturais da vida, a língua vai seleccionando palavras adequadas aos dias e hoje.

Quem é que não vai ao centro comercial e ouve algo como: “Tenho que comprar um vestido para logo à noite estar in”, ou até rapazes que vão para a night com os seus brothers, e ouvem uma música hardcore. No mundo do trabalho são constantes as expressões estrangeiristas e para relaxar terminam com um coffee break.

Muitas das vezes para não estarem fora de contexto, inserem-se na “moda das palavras” e tantas são aquelas que se expõem ao ridículo. Parece uma espécie claustrofóbica de falar, de se sentir poderoso de uma variante privilegiada. E o mais engraçado disto tudo é que muitas das pessoas só conhecem estas palavras e mais meia dúzia delas em inglês.

Estrangeirismos não são considerandos monstros e muito menos não devem ser banidos da língua portuguesa. Deve-se sim, utiliza-los e aprecia-los com moderação.
Dedicado ao mundo morfologico e sintatico das palavras.
Um silêncio, uma energia!